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FAMsacional

Cinema. Só estando dentro de uma sala escura e verás! FAM 15 anos. Celso guerreiro incansável de amigos das antigas e dos modernos, conforme dito no palco da Sala Garapuvu, na noite de encerramento do Melhor Festival de Cinema da América Latina, o Fam – Florianópolis Audiovisual  Mercosul 2011, onde a cerimônia de premiação consagrou, na mostra de Curtas, a obra do Coletivo Santa Madeira, de São Paulo, O Plantador de Quiabos, escolhido vencedor do Troféu Panvision de Melhor Filme, tanto pelo Júri Oficial quanto pelo Júri Popular, e ganhador, também, do Prêmio Itapema, entregue pelo coordenador de programação da emissora, Pedro Leite.

Não assisti, por isso parabenizo por ser mais um prêmio a uma produção Nacional e viva o Cinema da América Latina, como disseram muitos ao subir ao púlpito. E vou assistir de alguma forma, porque causou a curiosidade pelos prêmios; o homi lá não parava de subir no palco.

Na real, os prêmios que me agradaram como cinéfilo foram para

Prêmio Júri Oficial

Melhor Montagem: Bruno Torres e Marcelo Moraes, por A Noite por Testemunha; 

Prêmio Júri Oficial
Melhor Trilha Sonora Original: Vagner Cunha e Arthur de Faria, por Propriedades de uma Poltrona – de Rodrigo John;

Prêmio Júri

Oficial Melhor Roteiro: Monica Lairana, por Rosa – de Mônica Lairana;

Prêmio Júri Oficial
Melhor Filme: Mais ou menos, de Alexander Antunes Siqueira

Prêmio Júri Popular
Melhor Filme: Mais ou menos, de Alexander Antunes Siqueira; fora Mais ou menos, foram os que assisti durante a semanada que passou, em sessões que começavam às 19h e qualquer côsa e seguia até um breve intervalo pra pipoquinha, cafezinho, esticar as pernas, um rolê, agradecimentos, uma paquerada, e tóca pro Longa. Como a cada ano, me surpreendi positivamente com tudo que meus olhos, mente, coração e paixão puderam captar e refletir no olhar cinematográfico.

Me irritou muito o senta e levanta “dumziôto”que adentram no templo sagrado e nem mesmo, sequer, tiveram paciência de tentar tirar algum benefício audiovisual, por mais tosco, ruim, áudio baixo, panes, ao vivo, em cores e tudo mais, pudesse ter, haver, ser, estar. A crítica tem que ser em apurar o olhar, claro, mas tentar assimilar novos formatos, descobertas, tentativas, erros e acertos. Como um conjunto artístico vejo a vontade de que se falhou aqui, conserta ali tem que ser puro e dar continuidade, sem temer. Por isso quero parabenizar a atitude do Cinema ao vivo por estar lá até o fim e deixe que cada um veja com seus próprios olhos, não como uma merda, de acordo com o trato que a própria matéria crava – http://www.audiovisualmercosul.com.br/por/noticias/116-Cinema_ao_vivo_fracassa_e_publico_deixa_sala -sumiram com a matéria do site; acharam um editor, tiraram da capa e no mínimo acabaram com quem escreveu. Ao vivo sempre foi casca de fazer, não é pessoal? Um engasga aqui, um delay lá, uma falha aqui outra acula; pra quem trabalha com audiovisual isso dever ser uma das lições número um do conhecimento. Pois bem, a Ana foi destratada porque a imagem ficou assim ou assado! Porra, olha a sonzeira que a produção meteu ali, um baixo muito bem levado e um violino que embelezavam aquelas câmeras de vigilância com imagens desincronizadas, depois o violão na finaleira, junto com baixo e banda?  Nem pra considerarem como uma forma de bitola diferente, pra dar uma textura, sem ficar pirando que tinha que ser uma em Super Ultra Mega HD, blá, blá, blá? É um Festival, carái, entrada franca, respeitemos os realizadores, por favor! E tentemos ver com outros olhos a proposta, afinal de contas era um audiovisual que se transformou pra outro audiovisual; analisemos pelo contexto do debate, dentro de uma proposta na próxima edição do Festival. Desafiem realizadores, o que acham?

Me desculpe pessoal, achei que pegaram pesado, não consigo ter essa visão de vocês, porque fazer aquilo tudo ali dá uma trabalheira que olha… tem que considerar, sem sombra de dúvidas.

Me agradou muito animações como a da Poltrona – Propriedades de uma Poltrona – de Rodrigo John, pelo traço usado na criação de personagens e cenários e pela pira da poltrona solitária, sempre esperando um descanso eterno, onde o ser humano busca sempre fugir dela.

Riscado, de Gustavo Pizzi, cinema, 100%.  Merecedor de prêmio, nem uma lembrança. Uma das mais puras realidades vividas pela maioria dos trabalhadores dedicados, porém tratados como peças do joguinho cultural. Ela, Bianca, excelente, dedicada, gosta do que faz e faz bem, encara um Rio de Janeiro pra poucos, se dá bem, mas sempre vista com aquele esteriótipo das atrizes.

Outros longas que assisti me mostraram clichês da captura por violência, drogas, gangues, subúrbios, Capitão Nascimentos, rap, cumbia, carros, e uma misturada, com atuações força barras, mas que não deixaram de ter seus valores; sendo exibidos no FAM 2011.

Tuya, de Ivan Mazza, Uruguai, faz cinema e brinca com o inconsciente curioso do ser-humano; o que será?

O que falar do A Noite por Testemunha, de Bruno Torres? É a cria da corja da Nação Brasiliense fazendo merda, dando uma de valentões, latifundiários proprietários de Brasília, onde seus pais sugavam do dinheiro público para patrocinar a farra de playboys rebeldes. Mas ao que me parece, atualmente, estão impunes e soltos, cumprindo pena domiciliar, habeas corpus e coisas que em Brasília acontecem frequentemente e que devem ser banidas na Educação Moral e Cívica da Nação. Ocorrências lamentáveis como esta devem ser julgadas com mais severidade. Fica o apelo eterno.

Viva os Índios Brasileiros e reflitam sobre quem são, o que devemos a eles, moralmente. A maioria esmagadora dos trabalhadores deste País, que fazem a máquina funcionar dia a dia, tem o pezinho lá no terreiro da aldeia; ainda se é a maioria, reage!

Rosa, de Mônica Lairana , uma rosa, a flor bela onipotente, solitária, triste, rumo ao desencarne, curtindo, tomando umas, fumando um cigarrinho e toca-lhe o pau; vivamos, porque essa é a nossa certeza.

Queria deixar meus parabéns pelo Mais ou menos, de Alexander Antunes Siqueira, pois me chamou a atenção de ter sido o TCC da raça, ter sido “malomêmo”. Muito bom e levou a bênção do FAM 2011. Fomentar essa produção acadêmica é dar leitura audiovisual a todas as comunidades. Quero muito assistir, pois me chamou a atenção pela academia, onde o flashback de Pano sobre o Pano Verde, de Felipe Pasqualini, Ricardo Rossi e Fernando Marés e montagem deste que digita, veio à tona, pois saiu de mentes acadêmicas e viajou por alguns festivais do Pais. Parabéns rapázi!



2 Respostas to “FAMsacional”


  1. 1 Diego Gomes
    3 de julho de 2011 às 1:13 AM

    Também fiquei espantado com a notícia publicada no site do FAM (que felizmente sumiu da página) sobre o cinema ao vivo exibido no último dia do festival, “cinema ao vivo fracassa e público deixa sala”. Além de uma crítica rasa que mais parecia a opinião pessoal de um leigo, o que é de se surpreender ao se tratar da assessoria oficial de um festival audiovisual, a notícia mencionava a impressão de que a maioria das cenas eram gravadas, questionando a promessa de um cinema ao vivo. A assessoria de imprensa do FAM parece ignorar que audiovisual não se faz apenas de cenas, ou de captação de imagens, mas também de edição (nesse caso suíte), fotografia, direção, trilha sonora… Porém o mais espantoso é que a assessoria do FAM parece desconhecer o significado de um experimento. De onde a assessoria tirou o fracasso? Um experimento só fracassa quando não é levado a termo, o que está longe de ter acontecido no cine ao vivo que assisti, seus realizadores fomentaram uma proposta de formato inovador, promoveram o conhecimento pela prática e pela observação, que é o que se espera de uma experiência dentro de uma universidade e dentro de um festival audiovisual. O DEGC, LED estagiários, e meus colegas de vários cursos da UFSC, entre eles design, jornalismo, cinema, engenharia, não só levaram a termo a experiência (muito difícil de realizar, verdade seja dita) como abriram um debate extremamente relevante para o fazer audiovisual no sul do país. Certamente que o experimento é apenas um dos argumentos deste debate que não poderia chegar em melhor hora, quando se discute a convergência de linguagens na era digital da televisão e, é claro, no cinema. O título sensacionalista é desrespeitoso com o público presente. Como assim, público deixa sala? E depois no decorrer do texto “boa parte do público deixa sala”. Péra aí… eu estava lá e embora algumas pessoas tenham deixado a sala, o número de pessoas que saíram é inexpressivo diante do auditório lotado e que aplaudiu demoradamente o sucesso do experimento… Este certamente não é o único filme do FAM que pessoas deixam a sala durante a exibição, mas o título da matéria foi forçoso de mais e carecia de uma explicação e os experimentos maior respeito de um festival que se presta a exibir o make of de um cd, o que lhe dá status de filme, na tela principal do FAM… Qual a relevância do make of de um CD para o fórum ou para o festival? Meus pêsames pela matéria do FAM que sumiu da página, mas fiquei feliz com seu falecimento.
    Diego Gomes
    Estudante de Cinema

    • 2 stercego
      3 de julho de 2011 às 6:12 PM

      Isso aí Diego, parabéns por tuas observações e comentários tbm. Não sei o quê ficou pior agora; a matéria ter ido pro ar ou ela ter saído do ar… pois agora? Quem escreveu aquilo lá… Jesuizi!
      Mas o show não pode parar, nêgo! Viva o Cinema!


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